sexta-feira, 28 de outubro de 2011

No âmago do ser.

Incansável, eu ainda olho pela janela, e como sempre eu não vejo ninguém.
Não que eu espere o fenecimento de minha tão célebre solidão.
Não.
Talvez.
Um fraca esperança, que admito, não se fez fugaz.
Insiste.
Frugal, e tão difícil entender.
Por qual feitiço nós, humanos, desejamos ser amados?
Roubados, mal tratados, humilhados.
Amados, amados, amantes. Loucos.
Incontroláveis.
Padecer pândego. Sentimento humano.
Bem ou mal?
Necessário.
Pérfido paraíso. Venetas emocionais.
Não procuro em todos os olhares.
Só sei que um dia virá.
Um dia. Sem perceber.
Quando olhar pela janela.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Noite inteira

Contando estrelas no céu de meia-noite.
Uma hora e meia, uma noite inteira.

Contando amores perdidos, corações partidos.
Pó de estrelas.

Giz de estrelas, escrevo com ele então,
um grito forte,
incontido e mudo,
dentro de mim.

Balanço as constelações até que elas rimem.
E formem desenhos entre as nuvens. Baguncem o seu sorriso,
entrem em seus pensamentos.

Nem é o começo, e nem o fim.
Não é o destino, ou coisas afins.
É apenas a vida acontecendo, paixões morrendo.
Virando pó.
Te deixando só. Sozinho.
Desfazendo e refazendo laços, abraços.
Voltas e idas. É a vida.
E os dedos aflitos, por contar mais uma vez, estrelas,
desse imenso céu, instável e escuro.

Vou te encontrar um dia desses, uma noite inteira.
Debaixo de pó de estrelas.

Vou te mostrar todos as minhas palavras,
que um dia [e sempre] te dediquei.

Vou te ensinar a nunca mais contar estrelas.
Parti-las. Feri-las.
Nunca mais.

Ser tão amor

     
             Nascerá, nessa terra seca do teu coração, 
                                             a mais linda canção.
             Feita só para ti. 
             Feita só pelo teu encanto.
             E eu canto 
                              [quase todo dia] 
             Essa minha sede de ti.
             Eu fui feito para te amar, para povoar 
                                 o sertão do teu coração.
             Com os brotos do meu amor.

            Deixa a chuva molhar, deixa o Sol nascer e a noite chegar.
                                                               Quando menos esperar,
                                                           Verdejará.


terça-feira, 25 de outubro de 2011

Meu coração, não sei porque...

Minha guerra, minha paz.
Meu frio na barriga, meu cais.

                           [ é tão maniqueísta, amor]

Que até a minha dor, chega a desvalorizar. 







sábado, 15 de outubro de 2011

Céu

Estrela estrela,
por que só a noite posso vê-la?
Estrela.
Anda escondida de mim,
por que?
Meu bem, você não vê? 
Meu sol só nasce
quando aquele se põe.
Estradas novas, missões,
 quantas milhas tens que percorrer?
E eu, correr,
atrás de você.
Estrela.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Passatempo



Passatempo, tempo não passa,
Não passa nunca, dentro de mim.
Passatempo, feliz trapaça,
uma gargalhada sem ter fim.
Tempo que voa, alegre e bom,
Nunca me canso do teu som.

Mais feliz, assim sou eu,
Quando me perco em meio ao meu


Passatempo, tempo não passa,
Não passa nunca, dentro de mim.
Passatempo, feliz trapaça,
uma gargalhada sem ter fim.
Tempo que voa, alegre e bom,
Nunca me canso do teu som.

Acho que já encontrei a minha profissão,
caçadora de ilusão, no meu


Passatempo, tempo não passa,
Não passa nunca, dentro de mim.
Passatempo, feliz trapaça,
uma gargalhada sem ter fim.
Tempo que voa, alegre e bom,
Nunca me canso do teu som.

Já não sei, se é tão sincero o meu esmero.
Encontrei a felicidade num domingo,
sorrindo.
E não todo dia, como eu primeiro queria.
E eu, passo o meu tempo desejando bem assim:


Passatempo, tempo não passa,
Não passa nunca, dentro de mim.
Passatempo, feliz trapaça,
uma gargalhada sem ter fim.
Tempo que voa, alegre e bom,
Nunca me canso do teu som.

(Isadora F. de Vasconcelos)

domingo, 2 de outubro de 2011


Há em algum lugar de um tal jardim, uma flor, que será ninada por mim,
E fica estranhamente feliz, quando o sol lhe vem,
Entristece na dor, de perder um amor. 
Padece, a minha flor,
Que ninguém nunca achou.
Em tão vasto, grande mundo,
Onde se escondeu? Em tantos jardins, será que se perdeu?
Como posso perder algo que nunca tive?
Mal dos meus incansáveis sonhos, 
imaginando, se encontrarei minha flor,
em um oásis, ou no jardim da Babilônia,
será ela, uma rosa, azaleia, orquídea ou begônia? 
De tanto imaginar, ela sempre há sempre de me escapar,
pois flor com pétalas perfeitas, não há.
Nem em um pedestal, no mais rico jardim. 
Tenho que deixar de idealizar, vou tentar. 
Um dia sem esperar, a minha flor se mostrará para mim.





Caminhando sobre cacos de vida

Era o soldado, eu. E em mim a saudade do lugar de onde vim.
         Pra onde fui? 
Estou em plena guerra do meu ser.
Tudo a minha volta é só silêncio e vontade.
Em outros olhos, é vida fluente, coragem. 
Mas eu tenho ainda muito medo, meio perdido, do desapego. 
Ainda não moro no coração de ninguém. Ainda falta certeza se sou alguém.
A minha guerra pra vencer o mundo. 
A minha guerra com o meu eu profundo.
O meu limite, a falta que eu sinto, e fiz sentir.
O sol que se derrama sobre mim, sem pena. Sentença?

Não sei, mas eu não vim reclamar, vim para lutar. E afinal, onde se esconderam as minhas armas?

sábado, 1 de outubro de 2011

Escrever no céu escuro,
acender milhões de faróis,
anzóis de palavras.
Pisar nos farelos de estrelas,
tê-las. E as materializar.
Como num mar, iluminado. 
Afogado, em sua beleza.
Converter dores e flagelos,
Amar com mistérios,
Romances sinceros, muitos esmeros...
Eu não sei pra onde isso vai me levar.
Mas não vou esperar. Quero ir lá forjar o céu do ouro preto mais bonito. O céu do infinito, com as minhas mãos, palavras frouxas do meu coração.
Grande oásis da invenção. Meu templo. 
Brotarão, gizes de estrelas para escrever, sonhar, e quem sabe um pouco desabafar, da vida, esta insensata querida. 

Bem vindos! Para a primeira postagem, uns versinhos feitos aqui na hora, para não ficar vazio ;* Espero que gostem!!
Boa noite!!