quarta-feira, 14 de março de 2012

Conselho

Olho para você, meu bem e imagino o estranho ser que possas te agradar.
Me fala de um tal querer por cabelos, pele, cheiro, pés e mãos,
e eu fico assistindo esse abrigo da sua solidão.
É como se eu só quisesse pisar no chão se ele fosse de algodão,
é como se a vida fosse uma maravilha, todo segundo, todo minuto, todo dia.
O perfeito, pelo perfeito, não se define,
o perfeito tem o direito de parecer normal,
a quem não sabe o quanto é tão bom ter.
Uma sonora estranha voz, no corredor, chama por nós,
sem mesmo a gente esperar,
sem mesmo ter que escolher,
sem mesmo a gente pedir.
Apenas vem, meu bem, se fosse tudo escolha tua
só comerias queijo de lua,
seria de vaga-lumes os postes da rua.

A vida não é tão mágica assim por si só,
precisa da magia dentro de nós,
para que todos os simples detalhes se façam
tão ricos, tão bonitos, assim, dentro de nós.

Não precisamos de um ser perfeito,
precisamos de um ser que encaixe direito,
no nosso jeito comumente extraordinário de ser.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Aquele tal,

O tal amor, tão inventado e tão cantado,
de tantas músicas, poesias e até pichações na avenida,
foi tão massacrado por mãos que nunca amaram.
Só gostaram,
                      [gostar não subentende amor, por favor]
e a palavra parece que é um refúgio da solidão.
Só diga se realmente for pra você. 
Imprudente frase, se dita com um certo desespero,
do medo do desapego. Apenas medo.