sexta-feira, 3 de junho de 2016

ato falho

Eu me prometi não cometer o mesmo erro,
mas seria este o mesmo?
Pareceu tão diferente
Tão boa gente,
Mas quem sabe, só sou eu que tô demais carente.

Eu não quero amar de novo,
eu me prendo, eu me bato, eu me encarcero e me apavoro,
só de pensar em passar por tudo
que se passou por dentro de mim.

Foi uma felicidade em pertencer, e um medo de não ter pertencido,
foi um querer ter, e um medo bem horrível.
foi como se eu tivesse escorregado e não conseguisse frear a queda,
eu amo demais, me entrego demais. E com pressa.

Eu quero calma, um jeito, uma forma de querer que eu não queira,
                                                                                                 [que eu esteja]
que eu seja, que eu viva //
que eu não tenha medo de perder, de não ter,
de não precisar, de precisar, de necessitar, de me tomar, de ser prisão e prisioneira,
que eu seja só minha, e da minha maneira romantica demais, eu seja entendida.
E que desta vez, não me fira.
                                               
já foram muitos dias me lamentando, chorando, olhando para as paredes,
indo e vindo e parando em lugar algum. E voltando, e me machucando.
E me refazendo, com medo, cada vez mais medo, de tentar outra vez.
Ser carinho, ou ter carinho, dar carinho. Ter um ninho.

Mas entro em pleno ato falho, quando eu de repente chego naquela parte da sinfonia que o violino toca mais alto, e vibra mais, com todos os outros instrumentos atrás,
e com você na minha frente.
Eu emudeço meu medo, e tento ir em frente. Claudicando, com minhas escaras à mostra.
Sem poder segurar suas mãos, por que as minhas ainda doem.
Sem poder te olhar nos olhos, por que ainda os meus estão enturvecidos pelo sal das lágrimas.

Não quero tentar, não quero me arriscar.
Mas por vezes, sua presença, só ela [sozinha];
faz meu plano falhar,
e fracassar.
Nessa tentativa insanamente burra, de não querer que o pingo da chuva,
possa me molhar.
mesmo eu imersa no fundo enigmático do nosso mar.

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