Leve-me até um mar azul, às pedras de prédios,
na estrada em quatro rodas correr,
leve-me até perder a vista do horizonte,
carregue minha alma para onde você for,
mesmo que eu não te acompanhe.
Me guarde na pior lembrança,
no maior segredo,
numa tentativa,
na torta ferida, no seu maior zelo, para nunca mais sarar.
Parece coisa de mentira, faz de brincadeira,
quando tenho os sonhos de uma noite inteira.
Me guarde num bilhete curto, num suspiro surdo, e num soluçar mudo,
sem fim certo que se dê, apenas um refúgio para você.
Derrame em ti algum retrato,
das vossas imagens, de quem foi, quem és, e o que será.
O que será se não parar de sonhar.
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