terça-feira, 22 de novembro de 2011

Progresso

Gente pobre, terra seca,
e veio o aço, veio o ferro.
Chegaram os tijolos, e o cimento,
mistura na água, no Sol de novembro,
vai moço, carrega a carroça, cheia de gente.
Para subir os andares do edifício.
passa a massa, sobe a parede,
não tem espaço, falta espaço.
Derrube as árvores, joguem no rio aquele resto,
o lixo todo.
Pregos, parafusos enchem as mãos.
Tac, tac, tac.
Nada pode impedir a construção,
derruba, cai. Fora. Aqui não!
Nada que não seja de metal, fora.
Asfalto no chão.
Falta muito não. Chama o José e o João.
Concreto, concreto. Prédios, placas, ruas e vias.
Fumaça, chaminé, sujeira. Que beleza!
Ah, já tá quase tudo acabado,
laborado.
Findado.
E a gente amarela toda? Manda embora, cair fora.
Que venha o progresso.
Luz de mentira, coração de ferro.

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