sábado, 14 de julho de 2012

Cereja, flor.

Com caneta nanquim escrevi o seu nome na pele,
mas a escolha não foi minha por esquecer.
A escolha foi sua, mas parece que ainda te vejo querendo lembrar.
Nem com lágrimas, esfregando, saía.
Nem com sangue, que me feri, de tanto tentar.
Mas a deixei dormir quieta durante alguns outonos,
cobrindo com um pano, para ninguém olhar. 
Quando anoitecia, dava para ver por cima, um tal relevo,
mas eu desviava sempre o choroso olhar.
Quando numa tarde de um raiado sol,
eu quis me banhar no mar, e despi o pano que te cobria,
e percebi que não estava mais lá.
Restava só a marca de leve das coisas que passam pela vida,
das coisas que todo mundo leva, e fazem parte da gente pra sempre.





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