quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Café

Uma tarde dessas aí que passou,
sentei num bistrô,
pedi um café. Pra dois.
Perdi a minha fé,
a esqueci em algum lugar,
faz algum tempo.
Fiquei sentado olhando,
na igreja daquela praça o povo orar.
O povo rezar o terço.
Vendo a minha mente virando do avesso.
Lembrando do seu atraso,
lembrando do nosso caso,
e das coisas que eu menti para você.
Quando vou te contar?
Deixa pra lá, deixa pra lá.
Talvez você nem venha.
Talvez o seu café esfrie.
Já era o quinto badalar do sino.
Enquanto eu me perdi na procissão, tentando achar o caminho fora da multidão,
no meio daquela toda fé, deixei o seu café, o seu café.
Lá, na mesa. Esfriando.

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